O comportamento e o interesse dos consumidores estão mudando – e as marcas precisam entender os novos movimentos que se anunciam se quiserem continuar a falar com o seu público de modo eficiente e inovador.
Um novo estudo da empresa de pesquisa de mercado Euromonitor International revela as principais tendências de consumo que surgem em 2019 e que deverão ditar os próximos anos. Assinada por Alison Angus e Gina Westbrook, a pesquisa Global Consumer Trends 2019 foi passada em primeira mão ao site EXAME.
No geral, a pesquisa assinala que inteligência para saber usar o imenso leque de opções e poder de decisão disponíveis é essencial em 2019. “O grande desafio é saber dar sentido a tudo”, diz o estudo.
As autoras destacam que os consumidores estão ficando mais inteligentes (“todos são especialistas”) e autossuficientes. Além disso, demandam cada vez mais autenticidade e imediatismo. “Consumidores estão buscando por autenticidade, produtos diferenciados e experiências para que eles possam expressar sua individualidade. Consumidores em países em desenvolvimento estão reavaliando seus hábitos de consumo, abandonado o materialismo exagerado e buscando simplicidade, autenticidade e individualidade”, escrevem Angus e Westbrook.
Questões éticas e sobre o meio-ambiente também estão deixando de ser demandas de nicho e pautas de poucas marcas para se tornarem pontos essenciais para qualquer um. O movimento anti-plástico de 2018 (contra os canudinhos, por exemplo) mostrou que a preocupação ambiental veio para ficar.
As autoras também destacam a valorização do tempo individual, para uma “solitude” (que é diferente de solidão), a facilidade de contato via plataformas digitais e também a questão do envelhecimento: gerações mais velhas querem ser lembradas pelas marcas. “Os baby-boomers têm muito mais em comum em torno de valores e prioridades com os millennials e gerações mais jovens que muitos podem imaginar”, escrevem.
Confira, a seguir, as 10 tendências de consumo em 2019:
1. Pessoas mais velhas querem se sentir e agir como mais novas – e ser tratadas como tal
Em 2019, surgem os “agnósticos da idade”, aqueles que não acreditam mais que idade ou velhice é sinônimo de “piorar”. Eles não têm uma visão passiva sobre o envelhecimento e cuidam cada vez mais da aparência e da saúde. Pesquisas mostram que a geração que nasceu entre 1946 e 1964 também se preocupa com inovações tecnológicas, novos apps e novos smartphones.
Com populações envelhecendo em todo o mundo (no Japão, mais da metade da população terá mais de 50 anos em 2025), essa fatia de consumidores se torna essencial para marcas e empresas, que devem enxergar um potencial de crescimento na faixa etária. Aliás, essa faixa da população tem mais poder de compra que os mais jovens.
2. De volta ao básico: menos é mais
Consumidores tendem, cada vez mais, a rejeitar o genérico, os produtos massificados. A preferência, agora, é dada aos produtos simplificados e focados. Consumidores também estão reavaliando seus hábitos de consumo, rejeitando o materialismo e o consumismo e dando preferência a experiências mais simples e autênticas. Comprar comida localmente, de pequenos produtores, exemplifica a tendência.
No mercado de bebidas, o aumento no consumo de produtos artesanais (como as craft beers) reflete a tendência anti-massificação. No mercado de beleza, os produtos chamados DIY (Do It Yourself – faça você mesmo) também tem visto um boom de interesse e consumo. Segundo Kseniia Galenytska, analista sênior do Euromonitor: “A demanda por produtos que usam ingredientes naturais tem crescido. 29% dos consumidores buscam produtos de pele totalmente naturais e a demanda por transparência total de ingredientes alcançou 19% dos consumidores”.
3. Consumo consciente
Consumidores estão cada vez mais conscientes e buscam decisões positivas na maneira de comprar e consumir um produto ou serviço. O “mindfulness” chegou ao consumo. Essa parcela crescente de consumidores tem consciência do impacto negativo que o consumo exagerado e irresponsável está causando no mundo. Essa consciência abarca seres humanos, animais e meio-ambiente.
O veganismo e os produtos eco-friendly ganham mais espaço com essa tendência entre os consumidores ao redor do globo. Em países em desenvolvimento, consumir carne vermelha ainda é visto como sinal de maior poder aquisitivo e prosperidade. Mas, mesmo nesses países, como Nigéria, Paquistão e Brasil, as dietas vegetarianas ganharam espaço. Os produtos que não promovem testes em animais também estão sendo cada vez mais exigidos. Segundo o estudo, “a ética se tornou mainstream”, ou seja, se popularizou, e o conceito de negócio eticamente responsável mudou, abrangendo muito mais tópicos.